Eu não queria falar sobre as
manifestações de ontem. Não mesmo. Mas está mais forte do que eu. Tentarei ser
breve e espero ser ao mesmo tempo conciso
(para não cansar o leitor) e completo
(o suficiente para não precisar voltar a falar disso).
Seu feed de notícias deve estar
cheio de comentários, mas já que você começou a ler o meu post, espero que tenha o
carinho de não considerá-lo só mais um
comentário.
Só saberemos a verdadeira
dimensão do que aconteceu ontem ao longo dos próximos dias. Desculpem meu jeito
capricorniano mais realista, mas a sensação que eu tenho é que a Mídia Golpista (Globo+Veja+Folha+agregados)
colocou o Movimento no bolso (LEIA AQUI).
Uma militância atuante desde sempre começou a manifestação, formada essencialmente
pelos movimentos sociais, estudantis, sindicalistas, por diferentes partidos.
Um movimento com bandeira, com cor, com nome e endereço. E eles despertaram um
suposto “gigante”. Esse gigante não é
a coletividade brasileira, tampouco a militância brasileira. Esse gigante é
simplesmente o brasileiro com um mínimo de boa vontade (nada heroico), com
vontade de viver em um lugar melhor (quem não quer?), mas um brasileiro que não estudou política, que não estudou
história, que meramente lembra em quem votou [no máximo] na última eleição, um
brasileiro com discurso vazio, que lê a Veja, que assiste o Jornal Nacional,
que tem o UOL como página inicial de seu navegador.
Pois bem. A Militância começou o
barulho, e o “gigante” ao lado acordou e resolveu se mexer também. Mas esse
gigante não sabe para onde ir, então qualquer lugar serve. Falar que esse
gigante não sabe votar é pouco. Esse gigante
despolitizado não sabe a diferença entre os Três Poderes, não sabe o que é
uma Comissão na Câmara, não sabe o que é um Conselho Municipal de qualquer tema
enquanto mecanismo de controle social, não sabe o que é um Orçamento
Participativo, nunca participou de uma Conferência. Ele só sabe o que ensina a
revista Época, o que é dito pelo William Bonner e Evaristo Costa. Então esse
gigante é facilmente domesticado pelos meios de comunicação. E o gigante se
apropriou do espaço conquistado pelos militantes. Bateu neles. Atirou neles.
Roubou suas bandeiras. Botou fogo. Gritou para que o militante saísse de cena.
A mídia, que repetiu milhões de
vezes que “o movimento é apartidário”, não é apartidária. Seu discurso
tem uma intenção clara. Como é que se diz que “é um movimento pacífico”
enquanto se fala 1 minuto do aspecto positivo e 29 das depredações, lojas
saqueadas e violência? Como se diz que “é um movimento apartidário” se foi
iniciado por uma militância específica? QUER
SABER QUAL É O DISCURSO DA MÍDIA? Veja em que cartazes eles dão close.
Veja a cor, a classe social e a opinião das pessoas que fotografam, filmam e
entrevistam. Está tudo ali, diante dos teus olhos, cidadão.
Ok, se você insiste que “o
gigante acordou”, vou dar-lhe um conselho. Sai dessa manifestação, volta pra
casa, vá estudar um pouco, entenda como teu Brasil funciona, crie uma proposta
efetiva dentro dos princípios democráticos antes de voltar a fazer tanto
barulho, enchendo os bolsos dos meios de comunicação fascistas do Brasil.
Escolha uma temática, vá a uma plenária de um Conselho de Educação ou Saúde em
sua cidade, dá uma ligadinha pro deputado que você elegeu, leia mais, discuta
com gente inteligente, e coloque as páginas dessas revistas estúpidas na gaiola
do seu passarinho pra ele cagar em cima.
Resumindo:
Pra terminar, um vídeo interessante que merece ser considerado.
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